MEU
BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBÁ OMÍ D' YEMANJÁ=(PAI MAYKEL D' YEMANJÁ)RELIGIÃO BATUQUE=NAÇÕES DE KABINDA, OYÓ, JEJÊ, IJESÁ, NAGÔ E KONGÔ !!!
BATUQUE:
NOME(uma espécie de apelido) DADO AS NAÇÕES DE:
JEJE, IJESÁ, NAGÔ, KABINDA, OYÓ, CONGO
NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Batuque é uma religião afro-brasileira de culto aos Orisás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina
Princípio
OLODUMARE=DEUS
E ORISÁS
ès afro-brasileiros
Babaçuê | (NAÇÃO)Batuque | Cabula
(NAÇÃO)kandomblé | Culto de Ifá
Culto a Egungun |
Mina-jejê / Muçurumim
Makumba | Omoloko
Tambor-de-Mina |
| Sàngó do Nordeste
Batuque é fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéría Benin, Jêje, Ijexá, Oyó, Kabinda e NAGO e Kongo.
História: NÃO DEVEMOS NOS ESQUECER QUE TODOS OS ORISÁS SÃO PROVENIENTES DA AFRICA, E AS NAÇÕES DE TODO O PAÍS SÃO FORMADAS AQUI NO BRASIL, EMBORA COM NOMES DOS RESPECTIVOS LUGARES DE ORIGEM DE CADA ORISÁ NA AFRICA, E ASSIM COMO NO RESTANTE DO PAIS DA-SE MUITA IMPORTANCIA AOS QUILOMBOS QUE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SÃO MAIS DE 135 PORTANTO AS NAÇÕES DO R.S TEM SUPORTE DE RAIZ COMO TODAS AS OUTRAS NAÇÕES DO RESTANTE DO PAÍS,ACRESCENTANDO AINDA QUE: TODAS AS NAÇÕES SEM EXCESSÃO CULTUÃO ORÍSÁS DE OUTRAS NAÇÕES, PORTANTO NÃO HÀ MISTURAS E SIM UMA INTELIGENTE MANEIRA DE ACOMODAR E COMPATIBILIZAR ORÍSÁS DE OUTRÁS NAÇÕES DENTRO DAS NÓSSAS NAÇÕES ( E ISTO É FEITO TAMBÉM DENTRO DO KANDOMBLÉ DE KETO QUE RECEBEU E CULTUA E DÁ O ORÍ DE SEUS YAOS PARA OS VODUNS DA FAMILIA( KEREJÉBI), NAÇÃO JÊJE)
BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBÁ OMÍ D' YEMANJÁ(PAI MAYKEL)
DANÇA NO SÍRÊ=(XÍRÊ=RODA) COM OGUN ADÍOLÁ !!!
A estruturação do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no início do século XIX,(ESTRUTURAÇÃO SIM, MÁS O CULTO AOS ORISÁS= (NAÇÃO=BATUQUE) COMEÇA COM A FORMAÇÃO DOS QUILOMBOS COM A FUGA DOS NEGROS LÓGO APÓS À COLONIZAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL) entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. Tem-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comércio, Pelotas). Já em Porto Alegre, as noticias relativas ao Batuque, datam da segunda metade do século1658, quando ocorreu a migração de escravos e ex-escravos da região de Pelotas e Rio Grande para Capital. Lembrando sempre que a língua usada é o Yorubá(MAIS ARCAICO). Cabe enfatizar e esclarecer que, o Batuque "não" é um segmento do kandomblé baiano, muito ao contrário, tendo liturgia e fundamentos próprios, nada semelhantes ao kandomblé.
Os rituais do Batuque seguem fundamentos, principalmente das raízes da nação de OYÓ E IJESÁ,(NÃO DEVEMOS ESQUECER QUÊ OYÓ É E SEMPRE FOI A CAPITAL RELIGIÓSA DA NIGÉRIA E A CAPITAL POLITICA ÉRA IFÉ) proveniente da Nigéria, e também tem lastro em outras nações como o Jêje do Daomé, hoje Benim, Kabinda ,Oyó e Nagô, também, da região da Nigéria.
O Batuque surgiu como diversas religiões afro-brasileiras praticadas no Brasil, tem as suas raízes na África, tendo sido criado e adaptado pelos negros no tempo da escravidão. Um dos principais representantes do Batuque foi o Príncipe Custódio de Sapanã. O nome batuque era um apelido dado pelos brancos, sendo que os negros da época o chamavam de Pará. É da Junção de todas estas nações da africa que se originou esta cultura (NAÇÕES DE KABINDA, JÊJE, IJESÁ, NAGÔ, OYÓ, KONGÔ) conhecida como Batuque, e os nomes mais expressivos da antiguidade, que de uma maneira ou de
***OGUN ADIOLÁ***
outra contribuíram para a continuidade dos rituais foram:
• Nagô — Imbrain de Oyá, Volni de Ogun, Enio Gonçalves de Ogun, Leda Feijó de Osun, Norma Feijó de Sàngó, João Pinho de Sàngó, João Cunha de Sàngó, Veleda de Bará Adague, Arminda de Sapanã, Vó Lúcia , Zé Coelho de Odé, Professor Lino Soares de Odé, Albertina de Bará, Vó Diva de Odé, Vô Lourenço de Odé, Gersom de Osalá, entre outros.
• Ijexá — Paulino de Osalá Efan, Maria Antonia de Assis (Mãe Antonia de Bará), Manoel Matias (Pai Manoelzinho de Sapanã), Jovita de Sàngó; Miguela do Bará, Pai Idalino de Ogun, Estela de Yemanjá, Ondina de Sapanã, Ormira de Sàngó, Pedro de Yemanjá,Pai Tuia de Bará,Pai Tita de Sàngó; Menicio Lemos da Yemanjá Zeca Pinheiro de Sapanã, Mãe Rita de Sàngó Aganju,entre outros.
• Oyó — Mãe Emília de Oyá Lajá, princesa Africana , Pai Donga da Yemanjá, Mãe Gratulina de Sapanã, Mãe "Pequena" de Obá, Mãe Andrezza Ferreira da Silva, Pai Antoninho da Osun, Nicola de Sàngó, Mãe Moça de Osun, Miguela de Sàngó, Acimar de Sàngó, Toninho de Sàngó e Tim de Ogun, entre outros.
• Jêje — Mãe Chininha de Sàngó, PRINCIPE CÚSTÓDIO DE SAPANÃ, João Correa de Lima (Joãozinho de bará Exú By) responsável pela expansão do Batuque no Uruguai e Argentina, Pai Betinho de Sapanã, Zé da Saia do Sobô, Loreno do Ogun, Nica do Bará, Alzira de Sàngó, Pai Pirica de Sàngó, Mãe Dada de Sàngó; Leda de Sàngó; Pai Tião de Bará; Pai Nelson de Sàngó, Pai Vinícius de Osalá entre outros.
• Kabinda — Waldemar Antônio dos Santos de Sàngó Kamuká; Maria Madalena Aurélio da Silva de Osun, Palmira Torres de Osun, Pai Henrique de Osun, Pai Romário de Osalá, Pai Gabriel da Osun,Mãe Marlene de Osun, Pai Cleon de Osalá, Pai Mário da Osun, Pai Nazário do Bará,Mãe Magda de osun, Pai Alberto de Sàngó,Pai Adão de Bará,Pai Hélio de sàngó,Pai Maykel de yemanjá, Pai Vilmar de Osalá, Pai Luiz Carlos de Osun, Pai Carlos de Sàngó Aganjú, entre outros.
Os Orixás cultuados são os mesmos em quase todos ilès, os assentamentos tem rituais e rezas muito parecidos, as diferenças entre as nações é basicamente em respeito as tradições próprias de cada raiz ancestral, como no preparo de alimentos e oferendas sagradas. Uma das nações predominantes atualmente no rio grande do sul (2011) é a Nação de kabinda.
MEU BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ
OBÁ OMÍ D'YEMANJÁ=
(PAI MAYKEL D'YEMANJÁ)
• Nação Oyo —Berço de todas a religiões afro, pois é a capital religiósa da africa, se caracterizava principalmente pela ordem das rezas: primeiro tocava-se para todos os Orisás masculinos, depois para os femininos, e finalizava-se com Oyá, e Oxalá (Oyá e Sàngó no final, representando o Rei e a Rainha de Oyó)e dizem também que ao final da cerimônia, os orixás carregavam a cabeça dos animais a eles sacrificados, já em estado de decomposição, na boca.(obrigação das cabeças) na realidade o ritual das cabeças é feito somente em obrigações de 4 pés e nem sempre éra feito em publico e somente na presença dos filhos da casa e convidados muito especiais e ou padrinhos de asé.
• Nação Kabinda — embora de origem bantu não cultua nkisis= ORISÁ= VODUN(palavras que dentro de suas nações é o mesmo que orisá) e sim orisás com o acréscimo de alguns VODUNS jêje como ELEGBÁRA E BARÁ, TAMBÉM SÁPANÃ, SAKPÁTA E NÁNÃ BOROKE, LÉGBÁ SUBÚRUKÚ e Oyá (Oyá Dirã, Oyá Timboá) e o culto aos Eguns é muito forte nesta nação, tendo toda a casa de Kabinda o assentamento de Igbalé (casa dos mortos). Nesta nação os filhos de Osun, Yemanjá e Osalá podem entrar e sair dos cemitérios quando bem quizerem, sem que sua obrigação ou feitura seja prejudicada ( más de maneira moderada e somente em casos de nescessidade, diferentemente das demais nações, onde os filhos destes orisás só podem entrar em cemitérios quando for algo extremamente importante.
• Nação Jeje — assim como a Kabinda, adotou o panteão Yoruba dos orisás, sendo muito comum as casas de Jeje-Ijexá. Muitos sacerdotes da Nação Jeje do Batuque desconhecem a palavra Vodun=ORISÁ, embora se tenha relatos de culto a algumas destas divindades antigamente. Os descentendes de Pai Joãozinho do Bará (Esú By) são os que mantém firme as tradições desta nação, como o uso de agdavís em seus rituais o assentamento de Ogun semelhante ao do Vodun Gun no Daomé, e existência de pessoas iniciadas para Dan e Sogbo. As cerimônias se iniciam com a parte Jeje (com cânticos no dialeto fongbe) e a dança em pares (simbolizando o par da criação Mawu-Lisa) e o toque com as “varinhas” e depois a parte Yorubá com as rezas tradicionais do Batuque.
• Nação Nagô — é muito parecida com o candomblé tanto nas cerimônias como nas características dos ORISÁS. Nesta nação usa-se sacrificar os animais deitados e não suspensos como nas demais. Está quase extinta.
SAPANÃ
Crenças
Filhos de santo
O batuque é uma religião onde se cultuam vários ORISÁS, vindos África, e seus ASÉS (acentamentos) estão em parte dentro dos ilès, alguns asés do lado de fóra onde permanecem seus assentamentos e na maior parte na natureza. todo ser humano nasce sob a influencia de um Orisá, e em sua vida terá as vibrações e a proteção deste Orisá que está naturalmente vinculado e rege seu destino, com características individuais, em que o Orisá exige sua dedicação, onde este poderá ser um simples colaborador nos cultos, ou até mesmo se tornar um BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ ou Iyalorixá.
O culto, nas nações do rio grande do sul= Batuque, é feito exclusivamente aos ORISÁS sendo o BARÁ o primeiro a ser homenageado antes de qualquer outro, e encontra-se seu assentamento em todos os ILÈS,.NÃO PODEMOS ESQUECER QUE SE TRATA DE UM VODUN JEJÊ (ELEGBARÁ) CULTUADO EM TODAS AS NAÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL, E NÃO O TRADICIONAL ESÚ DE KANDOMBLÉ.
Entre os Orisás não há hierarquia(SÓMENTE HIERARQUIA DE RESPEITO), um não é mais importante do que o outro, eles simplesmente se completam cada um com determinadas funções dentro do culto. Os principais Orisás cultuados são: Bará, Ogun, Oiá-Inhançã, Sàngó, Sàngó Ybeji, Ybejí (que tem seu ritual ligado ao culto de Sàngó e Osun, más apesar do que se fala sobre ynhançã não ter tido filhos, o quê não é verdade pois seu nome legitimo já diz tudo= YÁMESAN= YÁ MÃE E MESAN= NOVE, MÃE DOS NOVE FILHOS OS QUAIS TEVE COM O ORISÁ OGUN E AINDA PARA OS QUE NÃO SABEM OYÁ É MÃE DOS YBEJÍ QUE TEVE COM O ORISÁ SÀNGÓ E OS MESMOS FORÃO CRIADOS POR YEMANJÁ E SÀNGÓ), Odé, LOKÔ(ORISÁ PARECIDO COM KITEMBÔ= TEMPO), Otin, Oba, Ossain, Sapanã, Osun, Yemanjá,Osála e Orunmilá (ligado ao culto de Osalá).
E há também divindades que nem todas nações cultuam como: Legba, Gama (ligada ao culto de Sapanã), Zína, Zambirá e Sanguín (qualidade rara de Bará) que só os mais antigos tem conhecimentos suficientes para fazer seus rituais.
No batuque os Egungun e constituem uma categoria à parte (nas casas de Nação Kabinda, No ritual a estas energias é que se apazigua os eguns, para só então dar o asé para os Orisás, diferente das outras Nações que não tem este culto tão acentuado .(não devemos nos esquecer que o culto à EGUNestá ligado dirétamente a ancestralidade, Já os Orisás são a essencia da própia natureza ligadas à ancestrais divinizados.
JUAN PABLO FILHO DE SÀNGÓ AGANJÚ YBEJÍ
ILÈS
No Rio Grande do Sul a área de conservação das religiões africanas vai de litoral à fronteira do Uruguai, com grandes centros de Pelótas Rio grande e de PORTO ALÉGRE .
Festa Batuque
No batuque, os ILÈS são quase que em sua totalidade vinculados as casas de moradia.
O estado do Rio Grande do Sul foi o maior responsável pela exportação dos rituais africanos para outros países da América do Sul, entre eles Uruguai e Argentina, que também procuram seguir a maneira de cultuar os Orisás das nações do rio grande do suls,
Todos os Orisás são montados com ferramentas, Okutás (pedras VIVAS) etc. e permanecem dentro da mesma casa, com exceção do Bará Lodê Ogun Avagã Oyá Timbõa e Oyá Dirã bem como Sakpatá e IRÔKO,LÔKO ORISÁS SIMILARES À INKISSE=(ORISÁ) Tempo=(KITEMBÔ), que tem seus assentamentos em casas separadas do lado de fóra do ILÈ, ficando à frente do templo onde recebem suas oferendas e sacrifícios. A casa dos Eguns também tem lugar definido, é uma construção separada da casa principal, na parte dos fundos doILÈ, onde são feitos diversos rituais.
Em caso de falecimento do BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ ou Iyalorixá, dono do ILÈ, um filho é é escolhido para suceder os mesmos,
Em caso de não háver suceção as obrigações são despachadas num ritual especifico chamado de Eresum, semelhante ao Asesê(axexê) do Kandomblé,
Rituais
Oferendas para os Orisás
Os rituais são próprios e originais e embora tenha alguma semelhança com o "Sangô de Pernambuco", é muito diferente do Candomblé da Bahia.
Os rituais de Jêje tem suas rezas próprias (fon), e ainda se vê este belo ritual em dois grandes terreiros na cidade de Porto Alegre, as danças são executadas de par, um de frente para o outro. Há também muitas casas que seguem os fundamentos da nação Oyó que se aproxima muito do ijesá, já que, estas duas provem de regiões próximas na Nigéria.
A principal característica do ritual do Batuque é o fato do iniciado não poder saber em hipótese alguma que foi possuído (SE OCUPOU COM O ORISÁ) pelo seu Orixa, Cada BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ ou Iyalorixá tem autonomia na prática de seus rituais, não é comum dar cargos aos omos orisás, cargos como tem no Candomblé(Á NÃO SER QUÊ O BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ RESOLVA DAR ESTES CARGOS), Pois os BÁBÁÒLÒÒRÌSÁS E YÁÒLÓÒRÍSÁS detem todos os asés e os exercem com plenos poderes em seus ilês. Os filhos de santo se revezam nos cumprimentos das obrigações.
No mínimo uma vez por ano são feitos homenagens com toques para os Orixás, mas as festas grandes são de quatro em quatro anos. Chamamos de festa grande a obrigação que tem ebó, ou seja quando há sacrifícios de animais de quatro patas aos Orixás, cabritos, cabras, carneiros, porcos, ovelhas, acompanhados de aves como galos, galinhas e pombos e outros animais exóticos como ajápa pavão peru angóla cisne faisão e outros.
Esta obrigação serve para homenagear o Orisá "dono da casa" e dos filhos que ainda não possuem seu próprio ILÈ. A data é geralmente a mesma que aquele sacerdote teve assentado seu Orisá, a data de sua feitura. As festas têm um ciclo ritual longo, que antigamente duravam 32 dias de obrigações, hoje diante das dificuldades duram no máximo 16. O começo de tudo são os EBÓS de limpeza de corpo e da casa, para descarregar totalmente o ambiente e as pessoas, de toda e qualquer negatividadedepois os EBÓS DE RUA=(mata e encruzilhada); em seguida são preparados as oferendas e sacrifícios ao Bará. A partir deste momento, os iniciados já ficam confinados ao templo, esquecendo então o cotidiano e passam a viver para os Orisás por inteiro até o final dos rituais. No dia do ORÔ=serão (dia da obrigação de matança), todos Orisás recebem sacrifícios de animais. Os cabritos e aves são preparados com diversos temperos e servidos a todos que participarem dos rituais, tudo é aproveitado, inclusive o couro dos animais, que sevem para fazer os ILÚS= tambores usados nos dias de toques.
BÁBA KEKERÊ=(PAI PEQUENO) DE MEU ILÈ ASÉ BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ HERICKSON D' BARÁ IJELÚ
No dia da festa o salão é enfeitado com as cores dos Orisás homenageados. A abertura se dá com a chamada (invocação aos Orixás), feita pelo sacerdote em frente ao RONKÓ (quarto de santo), usando a sineta e ou adjá, saudando todos Orixás. Ao som dos tambores, as pessoas formam um SÍRÊ=( roda de dança em louvor aos Orisás), a cada um com coreografias especiais de acordo com suas características.
No final das cerimônias são distribuídos os mercados, (bandejas contendo todo tipo de culinária dos Orixás como: acarajé, asosó (milho cozido e fatias de coco), farofa de aves, carnes de cabritos (cozidas ou assadas), frutas, fatias de bolos etc.), alguns consomem ali mesmo, outros levam para comer em casa.
ENTRÉGA DO OYÈ=(DIREITOS) DO BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBILONÃ D' BARÁ IJELÚ (PAI HERICKSON D' BARÁ AJELÚ
Durante a semana são feitos outros rituais de fundamentos para os Orixás, inclusive o ORÔ=(MATANÇA) do peixe, que para os batuqueiros significa À LIGAÇÃO DOS ORÍSÁS AO OKUTÁ POR ÀGUA(MAR) E TAMBÉM fartura e prosperidade, os peixes oferecidos são da qualidade Jundiá e Pintado; estes são trazidos vivos do cais do porto ou do mercado público, onde o comércio de artigos religiosos é intenso.
(BABÁ HERICKSON RECEBENDO SEUS DIREITOS)
ORISÁ YBEJÍ NAÇÃO KABINDA !!!
No sábado seguinte é feito o encerramento das obrigações, com mesa de Ibejes e toque, novamente em homenagem aos Orixás,(CHAMADA DE TERMINAÇÃO EM QUÊ SE VÉSTE BRANCO PARA OSALÁ) neste dia são distribuídos mercados com iguarias e o peixe frito, significando a divisão da fartura e prosperidade com os participantes das homenagens aos Orixás. Após o encerramento, o sacerdote leva os filhos que estavam de obrigações ao rio, à igreja, ao mercado público e à casa de alguns sacerdotes, que fazem parte da família religiosa, para FAZEREM O ADUBÁLÈ=( BATER CABEÇA) em sinal de respeito e agradecimento; este passeio faz parte do cumprimento dos rituais. Após o passeio todos estão liberados para seguirem normalmente o cotidiano de suas vidas.
PASSEIO DE APRONTAMENTO (MERCADÃO) DO BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ HERICKSON D' BARÁ AJELÚ JUNTO COM SEU BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ PAI MAYKEL D' YEMANJÁ E SUA MADRINHA KELLY D' ODÉ !!!
Egun
No Batuque também temos a parte dos rituais destinados ao culto dos Eguns. Este é um ritual cheio de magia.
A casa dos Eguns (espíritos dos mortos) fica numa construção separada da casa principal, nos fundos do terreno, onde são feitos diversas obrigações em determinadas datas e quando morre alguém ligado ao terreiro; este local é denominado IGBALÉ=(Balê).
Aos Eguns também são oferecidos sacrifícios de animais, e comidas diversas que fazem parte somente deste ritual, não podendo ser usados em outras ocasiões.
Os Eguns, assim como os Orisás, tem seus orikis e orins (rezas e cânticos) próprias, feitos na linguagem yorubá, e em dias de obrigações recebem toques ao som de ILÚS=TAMBORES frouxos e com o acompanhamento de agê (instrumento feito com uma cabaça inteira trançada com cordão e contas diversas).
Cada nação tem rituais diferentes para este tipo de obrigação.
Praticado nação de Kabinda.
TOQUE PARA OS ORISÁS EM MEU ILÈ ASÉ
Sacerdócio
O BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ ou Iyalorixá tem a responsabilidade de formar novos sacerdotes, que darão continuidade aos rituais. Para isto é preciso preparar novos yaos=filhos de santo, que durante um certo período de tempo aprenderão todos os rituais para preservação dos cultos.
O sacerdote chefe deve passar aos futuros Pais ou Mães de Santo, todos os segredos referente aos rituais tais como: uso das folhas (folhas sagradas), execução dos asés e oferendas, interpretação do jogo de búzios, e até mesmo como preparar um novo sacerdote.
Geralmente o futuro sacerdote já nasce no meio religioso, onde conviverá acompanhando todos os diversos rituais que darão suporte a seus afazeres dentro do culto, e terá pleno conhecimento de todos os tipos de situações que enfrentará em seu futuro templo.
O tempo de aprendizado é longo, não se forma um verdadeiro sacerdote de Orisás com menos de sete anos de feitura, e os ensinamentos são passados de acordo com a evolução da capacidade de aprendizado que o noviço tem, já que os ensinamentos são feitos oralmente, não há livros para ensinar os rituais, a melhor maneira de aprender tudo é conviver desde cedo dentro dos terreiros.
A partir do momento que um noviço se torna um sacerdote de Orixá, terá as mesmas responsabilidades daquele que lhe passou os ensinamentos.
Lembrando que dentro da religião afro brasileira temos varios segmentos ...
YEMANJÁ LIBÉRTA OS ESCRAVOS
QUILOMBOS RURAIS DE HOJE NO RIO GRANDE DO SUL DO LITORAL AO INTERIOR DO ESTADO.
São mais de 135 entre quilombos e comunidades em todo O R.S DO SUL.
QUILOMBOS URBANOS NOS DIAS DE HOJE
ATUALMENTE SE CONHECE A EXISTENCIA DE 5 QUILOMBOS NO MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE: ALPES, AREAL DA BARONESA, QUILOMBO VILA DOS SARGENTOS, QUILOMBO
FIDÉLIX, QUILOMBO SILVA. EXISTEM TAMBÉM ALGUNS QUILOMBOS URBANOS EM MUNICIPIOS VIZINHOS À PORTO ALEGRE. É O CASO DO QUILOMBO CHÁCARA DAS ROSAS, EM CANOAS, TAIS QUILOMBOS ESTÃO ORGANIZADOS EM UMA CORDENAÇÃO
REGIONAL METROPOLITANA, COMPONDO UMA DAS SEIS COORDENADORIAS REGIONAIS
DE QUILOMBOS DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DAS COMUNIDADES DE QUILOMBOS
DO RIO GRANDE DO SUL,
QUILOMBO ANASTÁCIA ENFRENTA A BARRAGEM
Quilombo Casca e o direito à herança
A FESTA DO QUILOMBO MORRO ALTO
A LUTA PELA TERRA DO QUILOMBO SÃO MIGUEL
A luta por terra e trabalho em Rincão dos Martimianos
Foram mapeadas 135 quilombos e cerca de 3.146 familias.
comunidades quilombolas rurais estão presentes em todo o Rio Grande do Sul. No entanto, em algumas regiões elas aparecem em maior concentração. É o caso do litoral e de toda a região localizada entre as lagoas e o oceano Atlântico que abarca municípios como os de São José do Norte, Tavares, Mostardas, Palmares do Sul, Capivari do Sul, Maquiné e Terra de Areia. Nessa região, estão as comunidades de Casca, Limoeiro, Beco dos Coloidianos, Teixeiras, Olho D’Água, Capororocas, dentre outras. Próximo ao litoral norte do estado, há ainda outras comunidades em municípios vizinhos a Porto Alegre. É o caso da comunidade de Manoel Barbosa no município de Gravataí, e da comunidade de Cantão das Lombas no município de Viamão.
Outra região com grande concentração de quilombos é o centro do estado, nos municípios de Jacuizinho, São Sepé e arredores. Lá estão, entre outras, as comunidades de Passo dos Brum, Cerro do Formigueiro, Rincão Santo Inácio, São Miguel, Rincão dos Martimianos, Linha FAO/Sítio Novo, Rincão dos Caixões e Júlio Borges.
QUILOMBO: COMUNIDADE CAMBÁRA.
Por último, merece destaque a região Oeste da Laguna dos Patos, na Serra do Sudeste e municípios vizinhos. A área abriga as comunidades de Alto do Caixão, Manoel do Rego, Maçambique/Cerro do Quilombo, Serrinha, Rincão do Quilombo e muitas outras.
Não é mera coincidência que as regiões com grande concentração de comunidades quilombolas sejam, justamente, as que contavam com maior número de população escrava no passado. A faixa litorânea do estado e a região do atual município de Porto Alegre e arredores foram as primeiras áreas ocupadas pelos portugueses, que levaram muitos escravos para o local. O arroio Pelotas, a oeste da laguna dos Patos, foi um importante centro de produção de charque, a atividade econômica que mais empregou mão-de-obra escrava no Sul do país.
De acordo com estudo realizado por Rosane Rubert, as principais dificuldades enfrentadas pelas comunidades quilombolas rurais do Rio Grande do Sul são de ordem socioeconômica, como a dimensão reduzida das terras ocupadas e a falta de alternativas para a geração de renda. Os dados apresentados pela autora mostram que 45 de 58 comunidades visitadas no ano de 2005 ocupavam uma área total inferior a 200 hectares. São dimensões que não possibilitam uma sobrevivência digna, ainda mais se considerarmos que a maioria dessas áreas situa-se em terras impróprias para a agricultura, em função do seu relevo íngreme e solo pedregoso. Boa parte desses quilombos foi expropriada de suas terras por fazendeiros, o que os levou a ocupar áreas cada vez menores (RUBERT, 2005).
A regularização dos seus territórios é, sem dúvida, uma etapa importante para reverter esse quadro de dificuldades. Até hoje nenhuma comunidade quilombola do Rio Grande do Sul conseguiu a titularidade de seus territórios. Poucas também são aquelas cujo processo já foi aberto no Incra. Em janeiro de 2008, do universo de mais de 130 comunidades, apenas 33 eram alvo de processos para identificação e titulação de suas terras.
QUADRO DE QUILOMBO
Negros
A história dos gaúchos sem história
Os negros entraram na história do Rio Grande do Sul desde seu início. Mas o fizeram como personagens secundários, pouco lembrados, pouco citados - não obstante sua atuação tenha sido, provavelmente, decisiva para a própria formação do estado. Porque para o português branco, o negro era um complemento indispensável de sua atividade: na terra, na casa, na luta, ele se assemelhava à argamassa que, escondida entre os tijolos, mantinha a estrutura, mas que não era nunca levado em conta.
Não é à toa que em um texto escrito em 1807 por Manoel Antonio de Magalhães, em que faz reflexões sobre a situação da capital do Rio Grande, os negros sejam equiparados, literalmente, a equipamentos. O autor defende que deva ser proibida a exportação de escravos do Brasil para as colônias espanholas, pois os escravos são de importância militar "como os artigos de guerra: pólvora, balas, armas, chumbo, ferro, cobre, aço, estanho, salitre e toda a sorte de massames náuticos".
Quando a bandeira de Raposo Tavares explorou os vales dos rios Taquari e Jacuí, no final de 1635, existiam escravos negros entre seus membros. Também em 1680, na fundação da Colônia de Sacramento, a expedição comandada por Manoel Lobo trazia escravos negros. Eram 200 militares, três padres e 60 negros, dos quais 41 escravos do comandante, seis mulheres índias e uma branca e índios. Os negros representavam, portanto, mais de 20% da expedição - sem se considerar os soldados negros e mulatos livres que eram usados pelos exércitos daquela época. Também as expedições posteriores que se dirigiram à Colônia de Sacramento levavam mais negros.
Outro ponto fundamental para a história da ocupação do Rio Grande foi a fundação de Laguna, em Santa Catarina. Afinal, de lá sairiam várias expedições destinadas primeiro a prear gados, segundo a ocupar o Continente de São Pedro. E na fundação de Laguna também o negro estava presente, bem como nas expedições que os lagunenses fizeram ao Rio Grande, em que constituíam a maioria dos membros.
Mas foi a partir do desenvolvimento das charqueadas - que começa em 1780, com ocupação da área de Pelotas - que o tráfico negreiro começa a tomar volume. Naquele ano, os escravos - calculados em 3.280 - representavam 29% da população total do Rio Grande do Sul, e se encontravam concentrados em duas áreas principais. A primeira era ao longo da estrada dos tropeiros, que ligava o extremo sul do Rio Grande ao resto do país, pelo roteiro Rio Grande-Mostardas-Porto Alegre-Gravataí-Santo Antônio da Patrulha-Vacaria, ao longo do qual se localizavam as maiores estâncias.
Nessa região estavam cerca de 65% dos escravos. A outra área de grande concentração estava no eixo Porto Alegre-Caí-Taquari-São Jerônimo-Santo Amaro-Rio Pardo-Cachoeira, ao longo do Jacuí, onde se concentravam 35% dos escravos, especialmente em São Jerônimo.
Esses números seriam grandemente aumentados com as charqueadas, saltando para 50% da população gaúcha em 1822, quando José Antonio Gonçalves Chaves, estancieiro e charqueador de Pelotas, calculou que dos 106.196 habitantes da província metade fosse de escravos.
Esses números talvez estivessem exagerados - afinal, Gonçalves Chaves era contra a escravidão, e usou de todos os argumentos para combatê-la em sua obra "Memórias Economo-políticas sobre a administração pública do Brasil". Um deles era justamente o de que "o excessivo número de escravos faz com que não o possamos tratar como temos obrigação". Mas, de qualquer forma, sabe-se atualmente que seu número era expressivo, e calcula-se que em 1858 alcançava quase 25% da populaçào RS VIRTUALnse.
No entanto, a história desse povo sem história tem de ser procurada em dois tipos de fontes: ou nas notas que acompanham as narrativas, em que aparecem geralmente como "e uma grande quantidade de homens negros", ou em alguns episódios mais marcantes - que, por suas características singulares, são registrados. É esse o caso dos dois corpos de lanceiros que participaram das tropas farroupilhas durante a Revolução, que entraram para a história mais por terem sido vítimas de uma ainda não bem esclarecida traição (na Batalha de Porongos), que fez com que fossem eliminados para não comprometerem as negociações de paz entre farrapos e o Império.
Negros
Os angolas, minas, congos e moçambiques
É difícil estabelecer de que região da África vieram os negros que aportaram, ao longo do século passado, no Rio Grande do Sul. Sabe-se que vieram do porto do Rio de Janeiro, mas não existem detalhes precisos quanto aos portos de origem da África, e menos ainda quanto às regiões em que foram capturados para serem levados para os portos de embarque.
Isto porque os africanos muitas vezes eram caputados a centenas de quilômetros do porto onde seriam embarcados para o cativeiro. E, geralmente, na chegada ao Rio - ou aos outros portos - registrava-se como origem o porto de embarque. Mas, de maneira bastante imprecisa, é possível falar em três regiões principais de origem, com especial destaque para uma delas.
A região que se destaca é a da costa angolana, que mantinha maior contato com o porto do Rio de Janeiro. Dali vieram os escravos de cultura banto e congo. Outra região que também foi fonte de abastecimento de escravos para o Brasil foi a de Moçambique e adjacências. Os africanos vindos dessa área eram denominados genericamente de moçambiques. Por último também vieram grupos de cultura sudanesa, na região da Costa do Ouro, entre os quais se destacavam os minas.
No Rio Grande os grupos de africanos aqui introduzidos recebiam geralmente a denominação de angolas, congos, minas e moçambiques. Isto, entretanto, não significa que fossem efetivamente dessas áreas.
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL
O sul do Brasil, antiga Província de São Pedro, contou com a presença do negro desde o início de sua ocupação pelos portugueses, entre o fim do século XVII e início do XVIII.
O território dessa província foi incorporado tardiamente aos domínios de Portugal. O Tratado de Tordesilhas definia que a região pertencia à Coroa espanhola. No entanto, ela não foi ocupada de imediato pelos espanhóis. Segundo o historiador Mário Maestri: “O péssimo acesso, desde o mar, aos atuais territórios sulinos, e a dificuldade de incorporá-los à produção de mercadorias coloniais determinaram que essas regiões fossem descuradas pelas coroas ibéricas” (MAESTRI, 2005: 291).
O primeiro povoamento ali estabelecido foi promovido pelos espanhóis no início do século XVII que, temendo perder a região para Portugal, incentivaram a sua ocupação pelos índios Guarani e os jesuítas. Logo depois, esses primeiros povoadores recuaram por conta das expedições bandeirantes, interessadas em mão-de-obra nativa para escravizar.
Posteriormente, tendo em vista as dificuldades na definição das fronteiras entre Portugal e Espanha, a política lusitana foi a de progressivamente povoar a região como forma de garantir a posse do território em disputa, o que ocorreu a partir do início do século XVIII (BARCELLOS et al, 2004: 30).
A presença do negro
As diversas expedições que ocorreram no sul, antes mesmo da região ser definitivamente incorporada aos domínios da colônia portuguesa, foram acompanhadas por escravos, como as dos Campos de Viamão e do Estreito, no início do século XVIII. As estâncias e vilas formadas no período se mantiveram às custas do trabalho escravo, empregado nas principais atividades econômicas ali praticadas como as charqueadas, as olarias e, inclusive, a pecuária, com a criação de gado vacum.
A produção de charque foi, certamente, a atividade econômica sulina que mais se apoiou em mão-de-obra escrava. No final do século XVIII, diversas pessoas, vindas da colônia de Sacramento e outras regiões, povoaram o arroio Pelotas que, logo depois, tornou-se o principal pólo charqueador no Sul. A produção de charque exigia um trabalho pesado e prolongado, chegando a jornadas de 16 horas por dia, e exigia que se empregasse uma quantidade expressiva de cativos. Para se ter uma idéia, o número de escravos em cada charqueada variava de 60 a 150 (RUBERT, 2005; MAESTRI, 2000).
No que diz respeito à população cativa sulina, levantamento realizado em 1780 indicava que ela representava 28% da população total da capitania. Já em 1814, os cativos de origem africana constituíam 31% da população (MAESTRI, 2005: 295). Entre os anos de 1874 e 1884, o Rio Grande do Sul era a sexta província com maior número absoluto de escravos (RUBERT, 2005: 34).
Esses dados podem ser considerados expressivos no que diz respeito à escravidão no Rio Grande do Sul, embora não se equiparem à concentração massiva de cativos existentes na região Nordeste do país e em Minas Gerais no período colonial. Mas o fato de o Sul ter abrigado menos escravos em relação àquelas regiões não quer dizer que a escravidão em terras gaúchas tenha sido pouco relevante, nem justifica o esquecimento da história das diversas comunidades quilombolas ali formadas.
Os Quilombos
Os quilombos do Sul do país eram, em geral, constituídos por pequenos agrupamentos de escravos fugidos. Essa característica explica-se em parte pelo fato de os cativos do Sul terem fácil acesso a países vizinhos para onde fugiam. Além disso, a falta de acidentes geográficos na região dos pampas que pudessem esconder os fugitivos dificultava a formação de grandes aglomerados humanos (MAESTRI, 2005). Em geral, tais quilombos possuíam entre 10 e 30 integrantes, composto em sua maioria por homens.
As principais regiões econômicas e geográficas do Sul do país assentadas no braço feitorizado contavam com a presença de quilombos em seus arredores, como o litoral. O continente, a oeste das grandes lagoas existentes no estado, e a Serra (apesar da colonização tardia) também foram abrigo de diversas manifestações de resistência negra (MAESTRI, 2005: 323).
Outra singularidade dos quilombos sulinos diz respeito à sua localização. Existia uma grande quantidade de quilombos vivendo muito próximos aos centros urbanos, especialmente nas regiões de Porto Alegre, Rio Pardo e Rio Grande. Eram constituídos por cativos urbanos, acostumados ou conquistados pela vida citadina. A vida rural lhes seria desconhecida ou pouco atraente (MAESTRI, 2005: 298-9). Esse foi o caso dos quilombos de Negro Lucas e de Manoel Padeiro.
As principais aglomerações urbanas da Colônia e do Império possuíam grandes concentrações de trabalhadores escravizados. Escravos em fuga faziam-se passar por libertos ou negros livres ou permaneciam nas imediações das aglomerações, onde fundavam pequenos quilombos.
O Rio Grande do Sul também abrigou quilombos rurais cujos integrantes, em geral, garantiam o seu sustento por meio da caça, da coleta, da pesca e da pequena agricultura. Em alguns casos, eles também obtinham outros produtos como sal, pólvora, fumo e chumbo, por meio da troca ou da rapinagem. Foi o caso do quilombo de Preta Vitória, em Rio Pardo. Esses quilombos eram geralmente mais estáveis do que as formações urbanas, pois tinham mais facilidade de passar despercebidos pelos capitães-do-mato, responsáveis por destruir tais agrupamentos (MAESTRI, 2005: 324).
Os quilombolas não viviam isolados de outros setores da sociedade da época. Alguns deles chegavam a prestar serviços clandestinos a senhores, que por sua vez não os denunciavam. Era comum que estes últimos acobertassem os negros fugidos quando necessário.
Nem todos os núcleos de resistência foram constituídos por escravos fugitivos. Em certos casos, o acesso à terra e à liberdade foi possível graças à doação de seus antigos senhores. Em outros, ex-escravos conquistaram suas terras por meio da compra em regiões pouco valorizadas. Também há casos de negros libertos que viviam coletivamente junto de outros escravos fugidos em determinado território.
A comunidade quilombola de São Miguel, existente até hoje, se constituiu graças à compra de terras por seus ancestrais em finais do século XIX. Já as terras da atual comunidade de Casca foram obtidas por meio de um testamento deixado pelos então senhores.
Comum a todos esses quilombos era a disposição para resistir à dominação da sociedade escravista. Escondidos no mato ou próximos da cidade, munidos de armas de fogo ou trabalhando para antigos senhores, várias foram as formas encontradas para se conquistar a liberdade.
AGRADEÇO A TODOS OS IRMÃOS DE ASÉ !!!
E PÉÇO DESCULPA SE DEICHEI DE CITAR ALGUNS DOS ICONES DE NÓSSAS NAÇÕES NO RIO GRANDE DO SUL, MÁS NÃO FOI POR DESCASO TENHÃO CERTEZA, PROCUREI SER O MAIS FIÉL POSSIVEL AS NÓSSAS TRADIÇÕES SEI QUE MUITOS IRMÃOS DESCONHECEM ALGUNS DOS FUNDAMENTOS E MESMO DA MANEIRA QUE ALGUMAS CASAS CONDUZEM SEUS ILÈS, MUITAS DAS VEZES SENDO ATÉ DO MESMO LADO (NAÇÃO) HÀ DIFERENÇAS E TODOS SABEMOS DISTO.
UM GRANDE E FORTE ABRAÇO E ASÉ.
KOLOFÉ OLORUN À TODOS.
BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBÁ OMÍ D' YEMANJÁ !!!
(PAI MAYKEL D' YEMANJÁ) ASÉ.
NOME(uma espécie de apelido) DADO AS NAÇÕES DE:
JEJE, IJESÁ, NAGÔ, KABINDA, OYÓ, CONGO
NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Batuque é uma religião afro-brasileira de culto aos Orisás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina
Princípio
OLODUMARE=DEUS
E ORISÁS
ès afro-brasileiros
Babaçuê | (NAÇÃO)Batuque | Cabula
(NAÇÃO)kandomblé | Culto de Ifá
Culto a Egungun |
Mina-jejê / Muçurumim
Makumba | Omoloko
Tambor-de-Mina |
| Sàngó do Nordeste
Batuque é fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéría Benin, Jêje, Ijexá, Oyó, Kabinda e NAGO e Kongo.
História: NÃO DEVEMOS NOS ESQUECER QUE TODOS OS ORISÁS SÃO PROVENIENTES DA AFRICA, E AS NAÇÕES DE TODO O PAÍS SÃO FORMADAS AQUI NO BRASIL, EMBORA COM NOMES DOS RESPECTIVOS LUGARES DE ORIGEM DE CADA ORISÁ NA AFRICA, E ASSIM COMO NO RESTANTE DO PAIS DA-SE MUITA IMPORTANCIA AOS QUILOMBOS QUE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SÃO MAIS DE 135 PORTANTO AS NAÇÕES DO R.S TEM SUPORTE DE RAIZ COMO TODAS AS OUTRAS NAÇÕES DO RESTANTE DO PAÍS,ACRESCENTANDO AINDA QUE: TODAS AS NAÇÕES SEM EXCESSÃO CULTUÃO ORÍSÁS DE OUTRAS NAÇÕES, PORTANTO NÃO HÀ MISTURAS E SIM UMA INTELIGENTE MANEIRA DE ACOMODAR E COMPATIBILIZAR ORÍSÁS DE OUTRÁS NAÇÕES DENTRO DAS NÓSSAS NAÇÕES ( E ISTO É FEITO TAMBÉM DENTRO DO KANDOMBLÉ DE KETO QUE RECEBEU E CULTUA E DÁ O ORÍ DE SEUS YAOS PARA OS VODUNS DA FAMILIA( KEREJÉBI), NAÇÃO JÊJE)
BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBÁ OMÍ D' YEMANJÁ(PAI MAYKEL)
DANÇA NO SÍRÊ=(XÍRÊ=RODA) COM OGUN ADÍOLÁ !!!
A estruturação do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no início do século XIX,(ESTRUTURAÇÃO SIM, MÁS O CULTO AOS ORISÁS= (NAÇÃO=BATUQUE) COMEÇA COM A FORMAÇÃO DOS QUILOMBOS COM A FUGA DOS NEGROS LÓGO APÓS À COLONIZAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL) entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. Tem-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comércio, Pelotas). Já em Porto Alegre, as noticias relativas ao Batuque, datam da segunda metade do século1658, quando ocorreu a migração de escravos e ex-escravos da região de Pelotas e Rio Grande para Capital. Lembrando sempre que a língua usada é o Yorubá(MAIS ARCAICO). Cabe enfatizar e esclarecer que, o Batuque "não" é um segmento do kandomblé baiano, muito ao contrário, tendo liturgia e fundamentos próprios, nada semelhantes ao kandomblé.
Os rituais do Batuque seguem fundamentos, principalmente das raízes da nação de OYÓ E IJESÁ,(NÃO DEVEMOS ESQUECER QUÊ OYÓ É E SEMPRE FOI A CAPITAL RELIGIÓSA DA NIGÉRIA E A CAPITAL POLITICA ÉRA IFÉ) proveniente da Nigéria, e também tem lastro em outras nações como o Jêje do Daomé, hoje Benim, Kabinda ,Oyó e Nagô, também, da região da Nigéria.
O Batuque surgiu como diversas religiões afro-brasileiras praticadas no Brasil, tem as suas raízes na África, tendo sido criado e adaptado pelos negros no tempo da escravidão. Um dos principais representantes do Batuque foi o Príncipe Custódio de Sapanã. O nome batuque era um apelido dado pelos brancos, sendo que os negros da época o chamavam de Pará. É da Junção de todas estas nações da africa que se originou esta cultura (NAÇÕES DE KABINDA, JÊJE, IJESÁ, NAGÔ, OYÓ, KONGÔ) conhecida como Batuque, e os nomes mais expressivos da antiguidade, que de uma maneira ou de
***OGUN ADIOLÁ***
outra contribuíram para a continuidade dos rituais foram:
• Nagô — Imbrain de Oyá, Volni de Ogun, Enio Gonçalves de Ogun, Leda Feijó de Osun, Norma Feijó de Sàngó, João Pinho de Sàngó, João Cunha de Sàngó, Veleda de Bará Adague, Arminda de Sapanã, Vó Lúcia , Zé Coelho de Odé, Professor Lino Soares de Odé, Albertina de Bará, Vó Diva de Odé, Vô Lourenço de Odé, Gersom de Osalá, entre outros.
• Ijexá — Paulino de Osalá Efan, Maria Antonia de Assis (Mãe Antonia de Bará), Manoel Matias (Pai Manoelzinho de Sapanã), Jovita de Sàngó; Miguela do Bará, Pai Idalino de Ogun, Estela de Yemanjá, Ondina de Sapanã, Ormira de Sàngó, Pedro de Yemanjá,Pai Tuia de Bará,Pai Tita de Sàngó; Menicio Lemos da Yemanjá Zeca Pinheiro de Sapanã, Mãe Rita de Sàngó Aganju,entre outros.
• Oyó — Mãe Emília de Oyá Lajá, princesa Africana , Pai Donga da Yemanjá, Mãe Gratulina de Sapanã, Mãe "Pequena" de Obá, Mãe Andrezza Ferreira da Silva, Pai Antoninho da Osun, Nicola de Sàngó, Mãe Moça de Osun, Miguela de Sàngó, Acimar de Sàngó, Toninho de Sàngó e Tim de Ogun, entre outros.
• Jêje — Mãe Chininha de Sàngó, PRINCIPE CÚSTÓDIO DE SAPANÃ, João Correa de Lima (Joãozinho de bará Exú By) responsável pela expansão do Batuque no Uruguai e Argentina, Pai Betinho de Sapanã, Zé da Saia do Sobô, Loreno do Ogun, Nica do Bará, Alzira de Sàngó, Pai Pirica de Sàngó, Mãe Dada de Sàngó; Leda de Sàngó; Pai Tião de Bará; Pai Nelson de Sàngó, Pai Vinícius de Osalá entre outros.
• Kabinda — Waldemar Antônio dos Santos de Sàngó Kamuká; Maria Madalena Aurélio da Silva de Osun, Palmira Torres de Osun, Pai Henrique de Osun, Pai Romário de Osalá, Pai Gabriel da Osun,Mãe Marlene de Osun, Pai Cleon de Osalá, Pai Mário da Osun, Pai Nazário do Bará,Mãe Magda de osun, Pai Alberto de Sàngó,Pai Adão de Bará,Pai Hélio de sàngó,Pai Maykel de yemanjá, Pai Vilmar de Osalá, Pai Luiz Carlos de Osun, Pai Carlos de Sàngó Aganjú, entre outros.
Os Orixás cultuados são os mesmos em quase todos ilès, os assentamentos tem rituais e rezas muito parecidos, as diferenças entre as nações é basicamente em respeito as tradições próprias de cada raiz ancestral, como no preparo de alimentos e oferendas sagradas. Uma das nações predominantes atualmente no rio grande do sul (2011) é a Nação de kabinda.
MEU BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ
OBÁ OMÍ D'YEMANJÁ=
(PAI MAYKEL D'YEMANJÁ)
• Nação Oyo —Berço de todas a religiões afro, pois é a capital religiósa da africa, se caracterizava principalmente pela ordem das rezas: primeiro tocava-se para todos os Orisás masculinos, depois para os femininos, e finalizava-se com Oyá, e Oxalá (Oyá e Sàngó no final, representando o Rei e a Rainha de Oyó)e dizem também que ao final da cerimônia, os orixás carregavam a cabeça dos animais a eles sacrificados, já em estado de decomposição, na boca.(obrigação das cabeças) na realidade o ritual das cabeças é feito somente em obrigações de 4 pés e nem sempre éra feito em publico e somente na presença dos filhos da casa e convidados muito especiais e ou padrinhos de asé.
• Nação Kabinda — embora de origem bantu não cultua nkisis= ORISÁ= VODUN(palavras que dentro de suas nações é o mesmo que orisá) e sim orisás com o acréscimo de alguns VODUNS jêje como ELEGBÁRA E BARÁ, TAMBÉM SÁPANÃ, SAKPÁTA E NÁNÃ BOROKE, LÉGBÁ SUBÚRUKÚ e Oyá (Oyá Dirã, Oyá Timboá) e o culto aos Eguns é muito forte nesta nação, tendo toda a casa de Kabinda o assentamento de Igbalé (casa dos mortos). Nesta nação os filhos de Osun, Yemanjá e Osalá podem entrar e sair dos cemitérios quando bem quizerem, sem que sua obrigação ou feitura seja prejudicada ( más de maneira moderada e somente em casos de nescessidade, diferentemente das demais nações, onde os filhos destes orisás só podem entrar em cemitérios quando for algo extremamente importante.
• Nação Jeje — assim como a Kabinda, adotou o panteão Yoruba dos orisás, sendo muito comum as casas de Jeje-Ijexá. Muitos sacerdotes da Nação Jeje do Batuque desconhecem a palavra Vodun=ORISÁ, embora se tenha relatos de culto a algumas destas divindades antigamente. Os descentendes de Pai Joãozinho do Bará (Esú By) são os que mantém firme as tradições desta nação, como o uso de agdavís em seus rituais o assentamento de Ogun semelhante ao do Vodun Gun no Daomé, e existência de pessoas iniciadas para Dan e Sogbo. As cerimônias se iniciam com a parte Jeje (com cânticos no dialeto fongbe) e a dança em pares (simbolizando o par da criação Mawu-Lisa) e o toque com as “varinhas” e depois a parte Yorubá com as rezas tradicionais do Batuque.
• Nação Nagô — é muito parecida com o candomblé tanto nas cerimônias como nas características dos ORISÁS. Nesta nação usa-se sacrificar os animais deitados e não suspensos como nas demais. Está quase extinta.
SAPANÃ
Crenças
Filhos de santo
O batuque é uma religião onde se cultuam vários ORISÁS, vindos África, e seus ASÉS (acentamentos) estão em parte dentro dos ilès, alguns asés do lado de fóra onde permanecem seus assentamentos e na maior parte na natureza. todo ser humano nasce sob a influencia de um Orisá, e em sua vida terá as vibrações e a proteção deste Orisá que está naturalmente vinculado e rege seu destino, com características individuais, em que o Orisá exige sua dedicação, onde este poderá ser um simples colaborador nos cultos, ou até mesmo se tornar um BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ ou Iyalorixá.
O culto, nas nações do rio grande do sul= Batuque, é feito exclusivamente aos ORISÁS sendo o BARÁ o primeiro a ser homenageado antes de qualquer outro, e encontra-se seu assentamento em todos os ILÈS,.NÃO PODEMOS ESQUECER QUE SE TRATA DE UM VODUN JEJÊ (ELEGBARÁ) CULTUADO EM TODAS AS NAÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL, E NÃO O TRADICIONAL ESÚ DE KANDOMBLÉ.
Entre os Orisás não há hierarquia(SÓMENTE HIERARQUIA DE RESPEITO), um não é mais importante do que o outro, eles simplesmente se completam cada um com determinadas funções dentro do culto. Os principais Orisás cultuados são: Bará, Ogun, Oiá-Inhançã, Sàngó, Sàngó Ybeji, Ybejí (que tem seu ritual ligado ao culto de Sàngó e Osun, más apesar do que se fala sobre ynhançã não ter tido filhos, o quê não é verdade pois seu nome legitimo já diz tudo= YÁMESAN= YÁ MÃE E MESAN= NOVE, MÃE DOS NOVE FILHOS OS QUAIS TEVE COM O ORISÁ OGUN E AINDA PARA OS QUE NÃO SABEM OYÁ É MÃE DOS YBEJÍ QUE TEVE COM O ORISÁ SÀNGÓ E OS MESMOS FORÃO CRIADOS POR YEMANJÁ E SÀNGÓ), Odé, LOKÔ(ORISÁ PARECIDO COM KITEMBÔ= TEMPO), Otin, Oba, Ossain, Sapanã, Osun, Yemanjá,Osála e Orunmilá (ligado ao culto de Osalá).
E há também divindades que nem todas nações cultuam como: Legba, Gama (ligada ao culto de Sapanã), Zína, Zambirá e Sanguín (qualidade rara de Bará) que só os mais antigos tem conhecimentos suficientes para fazer seus rituais.
No batuque os Egungun e constituem uma categoria à parte (nas casas de Nação Kabinda, No ritual a estas energias é que se apazigua os eguns, para só então dar o asé para os Orisás, diferente das outras Nações que não tem este culto tão acentuado .(não devemos nos esquecer que o culto à EGUNestá ligado dirétamente a ancestralidade, Já os Orisás são a essencia da própia natureza ligadas à ancestrais divinizados.
JUAN PABLO FILHO DE SÀNGÓ AGANJÚ YBEJÍ
ILÈS
No Rio Grande do Sul a área de conservação das religiões africanas vai de litoral à fronteira do Uruguai, com grandes centros de Pelótas Rio grande e de PORTO ALÉGRE .
Festa Batuque
No batuque, os ILÈS são quase que em sua totalidade vinculados as casas de moradia.
O estado do Rio Grande do Sul foi o maior responsável pela exportação dos rituais africanos para outros países da América do Sul, entre eles Uruguai e Argentina, que também procuram seguir a maneira de cultuar os Orisás das nações do rio grande do suls,
Todos os Orisás são montados com ferramentas, Okutás (pedras VIVAS) etc. e permanecem dentro da mesma casa, com exceção do Bará Lodê Ogun Avagã Oyá Timbõa e Oyá Dirã bem como Sakpatá e IRÔKO,LÔKO ORISÁS SIMILARES À INKISSE=(ORISÁ) Tempo=(KITEMBÔ), que tem seus assentamentos em casas separadas do lado de fóra do ILÈ, ficando à frente do templo onde recebem suas oferendas e sacrifícios. A casa dos Eguns também tem lugar definido, é uma construção separada da casa principal, na parte dos fundos doILÈ, onde são feitos diversos rituais.
Em caso de falecimento do BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ ou Iyalorixá, dono do ILÈ, um filho é é escolhido para suceder os mesmos,
Em caso de não háver suceção as obrigações são despachadas num ritual especifico chamado de Eresum, semelhante ao Asesê(axexê) do Kandomblé,
Rituais
Oferendas para os Orisás
Os rituais são próprios e originais e embora tenha alguma semelhança com o "Sangô de Pernambuco", é muito diferente do Candomblé da Bahia.
Os rituais de Jêje tem suas rezas próprias (fon), e ainda se vê este belo ritual em dois grandes terreiros na cidade de Porto Alegre, as danças são executadas de par, um de frente para o outro. Há também muitas casas que seguem os fundamentos da nação Oyó que se aproxima muito do ijesá, já que, estas duas provem de regiões próximas na Nigéria.
A principal característica do ritual do Batuque é o fato do iniciado não poder saber em hipótese alguma que foi possuído (SE OCUPOU COM O ORISÁ) pelo seu Orixa, Cada BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ ou Iyalorixá tem autonomia na prática de seus rituais, não é comum dar cargos aos omos orisás, cargos como tem no Candomblé(Á NÃO SER QUÊ O BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ RESOLVA DAR ESTES CARGOS), Pois os BÁBÁÒLÒÒRÌSÁS E YÁÒLÓÒRÍSÁS detem todos os asés e os exercem com plenos poderes em seus ilês. Os filhos de santo se revezam nos cumprimentos das obrigações.
No mínimo uma vez por ano são feitos homenagens com toques para os Orixás, mas as festas grandes são de quatro em quatro anos. Chamamos de festa grande a obrigação que tem ebó, ou seja quando há sacrifícios de animais de quatro patas aos Orixás, cabritos, cabras, carneiros, porcos, ovelhas, acompanhados de aves como galos, galinhas e pombos e outros animais exóticos como ajápa pavão peru angóla cisne faisão e outros.
Esta obrigação serve para homenagear o Orisá "dono da casa" e dos filhos que ainda não possuem seu próprio ILÈ. A data é geralmente a mesma que aquele sacerdote teve assentado seu Orisá, a data de sua feitura. As festas têm um ciclo ritual longo, que antigamente duravam 32 dias de obrigações, hoje diante das dificuldades duram no máximo 16. O começo de tudo são os EBÓS de limpeza de corpo e da casa, para descarregar totalmente o ambiente e as pessoas, de toda e qualquer negatividadedepois os EBÓS DE RUA=(mata e encruzilhada); em seguida são preparados as oferendas e sacrifícios ao Bará. A partir deste momento, os iniciados já ficam confinados ao templo, esquecendo então o cotidiano e passam a viver para os Orisás por inteiro até o final dos rituais. No dia do ORÔ=serão (dia da obrigação de matança), todos Orisás recebem sacrifícios de animais. Os cabritos e aves são preparados com diversos temperos e servidos a todos que participarem dos rituais, tudo é aproveitado, inclusive o couro dos animais, que sevem para fazer os ILÚS= tambores usados nos dias de toques.
BÁBA KEKERÊ=(PAI PEQUENO) DE MEU ILÈ ASÉ BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ HERICKSON D' BARÁ IJELÚ
No dia da festa o salão é enfeitado com as cores dos Orisás homenageados. A abertura se dá com a chamada (invocação aos Orixás), feita pelo sacerdote em frente ao RONKÓ (quarto de santo), usando a sineta e ou adjá, saudando todos Orixás. Ao som dos tambores, as pessoas formam um SÍRÊ=( roda de dança em louvor aos Orisás), a cada um com coreografias especiais de acordo com suas características.
No final das cerimônias são distribuídos os mercados, (bandejas contendo todo tipo de culinária dos Orixás como: acarajé, asosó (milho cozido e fatias de coco), farofa de aves, carnes de cabritos (cozidas ou assadas), frutas, fatias de bolos etc.), alguns consomem ali mesmo, outros levam para comer em casa.
ENTRÉGA DO OYÈ=(DIREITOS) DO BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBILONÃ D' BARÁ IJELÚ (PAI HERICKSON D' BARÁ AJELÚ
Durante a semana são feitos outros rituais de fundamentos para os Orixás, inclusive o ORÔ=(MATANÇA) do peixe, que para os batuqueiros significa À LIGAÇÃO DOS ORÍSÁS AO OKUTÁ POR ÀGUA(MAR) E TAMBÉM fartura e prosperidade, os peixes oferecidos são da qualidade Jundiá e Pintado; estes são trazidos vivos do cais do porto ou do mercado público, onde o comércio de artigos religiosos é intenso.
(BABÁ HERICKSON RECEBENDO SEUS DIREITOS)
ORISÁ YBEJÍ NAÇÃO KABINDA !!!
No sábado seguinte é feito o encerramento das obrigações, com mesa de Ibejes e toque, novamente em homenagem aos Orixás,(CHAMADA DE TERMINAÇÃO EM QUÊ SE VÉSTE BRANCO PARA OSALÁ) neste dia são distribuídos mercados com iguarias e o peixe frito, significando a divisão da fartura e prosperidade com os participantes das homenagens aos Orixás. Após o encerramento, o sacerdote leva os filhos que estavam de obrigações ao rio, à igreja, ao mercado público e à casa de alguns sacerdotes, que fazem parte da família religiosa, para FAZEREM O ADUBÁLÈ=( BATER CABEÇA) em sinal de respeito e agradecimento; este passeio faz parte do cumprimento dos rituais. Após o passeio todos estão liberados para seguirem normalmente o cotidiano de suas vidas.
PASSEIO DE APRONTAMENTO (MERCADÃO) DO BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ HERICKSON D' BARÁ AJELÚ JUNTO COM SEU BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ PAI MAYKEL D' YEMANJÁ E SUA MADRINHA KELLY D' ODÉ !!!
Egun
No Batuque também temos a parte dos rituais destinados ao culto dos Eguns. Este é um ritual cheio de magia.
A casa dos Eguns (espíritos dos mortos) fica numa construção separada da casa principal, nos fundos do terreno, onde são feitos diversas obrigações em determinadas datas e quando morre alguém ligado ao terreiro; este local é denominado IGBALÉ=(Balê).
Aos Eguns também são oferecidos sacrifícios de animais, e comidas diversas que fazem parte somente deste ritual, não podendo ser usados em outras ocasiões.
Os Eguns, assim como os Orisás, tem seus orikis e orins (rezas e cânticos) próprias, feitos na linguagem yorubá, e em dias de obrigações recebem toques ao som de ILÚS=TAMBORES frouxos e com o acompanhamento de agê (instrumento feito com uma cabaça inteira trançada com cordão e contas diversas).
Cada nação tem rituais diferentes para este tipo de obrigação.
Praticado nação de Kabinda.
TOQUE PARA OS ORISÁS EM MEU ILÈ ASÉ
Sacerdócio
O BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ ou Iyalorixá tem a responsabilidade de formar novos sacerdotes, que darão continuidade aos rituais. Para isto é preciso preparar novos yaos=filhos de santo, que durante um certo período de tempo aprenderão todos os rituais para preservação dos cultos.
O sacerdote chefe deve passar aos futuros Pais ou Mães de Santo, todos os segredos referente aos rituais tais como: uso das folhas (folhas sagradas), execução dos asés e oferendas, interpretação do jogo de búzios, e até mesmo como preparar um novo sacerdote.
Geralmente o futuro sacerdote já nasce no meio religioso, onde conviverá acompanhando todos os diversos rituais que darão suporte a seus afazeres dentro do culto, e terá pleno conhecimento de todos os tipos de situações que enfrentará em seu futuro templo.
O tempo de aprendizado é longo, não se forma um verdadeiro sacerdote de Orisás com menos de sete anos de feitura, e os ensinamentos são passados de acordo com a evolução da capacidade de aprendizado que o noviço tem, já que os ensinamentos são feitos oralmente, não há livros para ensinar os rituais, a melhor maneira de aprender tudo é conviver desde cedo dentro dos terreiros.
A partir do momento que um noviço se torna um sacerdote de Orixá, terá as mesmas responsabilidades daquele que lhe passou os ensinamentos.
Lembrando que dentro da religião afro brasileira temos varios segmentos ...
YEMANJÁ LIBÉRTA OS ESCRAVOS
QUILOMBOS RURAIS DE HOJE NO RIO GRANDE DO SUL DO LITORAL AO INTERIOR DO ESTADO.
São mais de 135 entre quilombos e comunidades em todo O R.S DO SUL.
QUILOMBOS URBANOS NOS DIAS DE HOJE
ATUALMENTE SE CONHECE A EXISTENCIA DE 5 QUILOMBOS NO MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE: ALPES, AREAL DA BARONESA, QUILOMBO VILA DOS SARGENTOS, QUILOMBO
FIDÉLIX, QUILOMBO SILVA. EXISTEM TAMBÉM ALGUNS QUILOMBOS URBANOS EM MUNICIPIOS VIZINHOS À PORTO ALEGRE. É O CASO DO QUILOMBO CHÁCARA DAS ROSAS, EM CANOAS, TAIS QUILOMBOS ESTÃO ORGANIZADOS EM UMA CORDENAÇÃO
REGIONAL METROPOLITANA, COMPONDO UMA DAS SEIS COORDENADORIAS REGIONAIS
DE QUILOMBOS DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DAS COMUNIDADES DE QUILOMBOS
DO RIO GRANDE DO SUL,
QUILOMBO ANASTÁCIA ENFRENTA A BARRAGEM
Quilombo Casca e o direito à herança
A FESTA DO QUILOMBO MORRO ALTO
A LUTA PELA TERRA DO QUILOMBO SÃO MIGUEL
A luta por terra e trabalho em Rincão dos Martimianos
Foram mapeadas 135 quilombos e cerca de 3.146 familias.
comunidades quilombolas rurais estão presentes em todo o Rio Grande do Sul. No entanto, em algumas regiões elas aparecem em maior concentração. É o caso do litoral e de toda a região localizada entre as lagoas e o oceano Atlântico que abarca municípios como os de São José do Norte, Tavares, Mostardas, Palmares do Sul, Capivari do Sul, Maquiné e Terra de Areia. Nessa região, estão as comunidades de Casca, Limoeiro, Beco dos Coloidianos, Teixeiras, Olho D’Água, Capororocas, dentre outras. Próximo ao litoral norte do estado, há ainda outras comunidades em municípios vizinhos a Porto Alegre. É o caso da comunidade de Manoel Barbosa no município de Gravataí, e da comunidade de Cantão das Lombas no município de Viamão.
Outra região com grande concentração de quilombos é o centro do estado, nos municípios de Jacuizinho, São Sepé e arredores. Lá estão, entre outras, as comunidades de Passo dos Brum, Cerro do Formigueiro, Rincão Santo Inácio, São Miguel, Rincão dos Martimianos, Linha FAO/Sítio Novo, Rincão dos Caixões e Júlio Borges.
QUILOMBO: COMUNIDADE CAMBÁRA.
Por último, merece destaque a região Oeste da Laguna dos Patos, na Serra do Sudeste e municípios vizinhos. A área abriga as comunidades de Alto do Caixão, Manoel do Rego, Maçambique/Cerro do Quilombo, Serrinha, Rincão do Quilombo e muitas outras.
Não é mera coincidência que as regiões com grande concentração de comunidades quilombolas sejam, justamente, as que contavam com maior número de população escrava no passado. A faixa litorânea do estado e a região do atual município de Porto Alegre e arredores foram as primeiras áreas ocupadas pelos portugueses, que levaram muitos escravos para o local. O arroio Pelotas, a oeste da laguna dos Patos, foi um importante centro de produção de charque, a atividade econômica que mais empregou mão-de-obra escrava no Sul do país.
De acordo com estudo realizado por Rosane Rubert, as principais dificuldades enfrentadas pelas comunidades quilombolas rurais do Rio Grande do Sul são de ordem socioeconômica, como a dimensão reduzida das terras ocupadas e a falta de alternativas para a geração de renda. Os dados apresentados pela autora mostram que 45 de 58 comunidades visitadas no ano de 2005 ocupavam uma área total inferior a 200 hectares. São dimensões que não possibilitam uma sobrevivência digna, ainda mais se considerarmos que a maioria dessas áreas situa-se em terras impróprias para a agricultura, em função do seu relevo íngreme e solo pedregoso. Boa parte desses quilombos foi expropriada de suas terras por fazendeiros, o que os levou a ocupar áreas cada vez menores (RUBERT, 2005).
A regularização dos seus territórios é, sem dúvida, uma etapa importante para reverter esse quadro de dificuldades. Até hoje nenhuma comunidade quilombola do Rio Grande do Sul conseguiu a titularidade de seus territórios. Poucas também são aquelas cujo processo já foi aberto no Incra. Em janeiro de 2008, do universo de mais de 130 comunidades, apenas 33 eram alvo de processos para identificação e titulação de suas terras.
QUADRO DE QUILOMBO
Negros
A história dos gaúchos sem história
Os negros entraram na história do Rio Grande do Sul desde seu início. Mas o fizeram como personagens secundários, pouco lembrados, pouco citados - não obstante sua atuação tenha sido, provavelmente, decisiva para a própria formação do estado. Porque para o português branco, o negro era um complemento indispensável de sua atividade: na terra, na casa, na luta, ele se assemelhava à argamassa que, escondida entre os tijolos, mantinha a estrutura, mas que não era nunca levado em conta.
Não é à toa que em um texto escrito em 1807 por Manoel Antonio de Magalhães, em que faz reflexões sobre a situação da capital do Rio Grande, os negros sejam equiparados, literalmente, a equipamentos. O autor defende que deva ser proibida a exportação de escravos do Brasil para as colônias espanholas, pois os escravos são de importância militar "como os artigos de guerra: pólvora, balas, armas, chumbo, ferro, cobre, aço, estanho, salitre e toda a sorte de massames náuticos".
Quando a bandeira de Raposo Tavares explorou os vales dos rios Taquari e Jacuí, no final de 1635, existiam escravos negros entre seus membros. Também em 1680, na fundação da Colônia de Sacramento, a expedição comandada por Manoel Lobo trazia escravos negros. Eram 200 militares, três padres e 60 negros, dos quais 41 escravos do comandante, seis mulheres índias e uma branca e índios. Os negros representavam, portanto, mais de 20% da expedição - sem se considerar os soldados negros e mulatos livres que eram usados pelos exércitos daquela época. Também as expedições posteriores que se dirigiram à Colônia de Sacramento levavam mais negros.
Outro ponto fundamental para a história da ocupação do Rio Grande foi a fundação de Laguna, em Santa Catarina. Afinal, de lá sairiam várias expedições destinadas primeiro a prear gados, segundo a ocupar o Continente de São Pedro. E na fundação de Laguna também o negro estava presente, bem como nas expedições que os lagunenses fizeram ao Rio Grande, em que constituíam a maioria dos membros.
Mas foi a partir do desenvolvimento das charqueadas - que começa em 1780, com ocupação da área de Pelotas - que o tráfico negreiro começa a tomar volume. Naquele ano, os escravos - calculados em 3.280 - representavam 29% da população total do Rio Grande do Sul, e se encontravam concentrados em duas áreas principais. A primeira era ao longo da estrada dos tropeiros, que ligava o extremo sul do Rio Grande ao resto do país, pelo roteiro Rio Grande-Mostardas-Porto Alegre-Gravataí-Santo Antônio da Patrulha-Vacaria, ao longo do qual se localizavam as maiores estâncias.
Nessa região estavam cerca de 65% dos escravos. A outra área de grande concentração estava no eixo Porto Alegre-Caí-Taquari-São Jerônimo-Santo Amaro-Rio Pardo-Cachoeira, ao longo do Jacuí, onde se concentravam 35% dos escravos, especialmente em São Jerônimo.
Esses números seriam grandemente aumentados com as charqueadas, saltando para 50% da população gaúcha em 1822, quando José Antonio Gonçalves Chaves, estancieiro e charqueador de Pelotas, calculou que dos 106.196 habitantes da província metade fosse de escravos.
Esses números talvez estivessem exagerados - afinal, Gonçalves Chaves era contra a escravidão, e usou de todos os argumentos para combatê-la em sua obra "Memórias Economo-políticas sobre a administração pública do Brasil". Um deles era justamente o de que "o excessivo número de escravos faz com que não o possamos tratar como temos obrigação". Mas, de qualquer forma, sabe-se atualmente que seu número era expressivo, e calcula-se que em 1858 alcançava quase 25% da populaçào RS VIRTUALnse.
No entanto, a história desse povo sem história tem de ser procurada em dois tipos de fontes: ou nas notas que acompanham as narrativas, em que aparecem geralmente como "e uma grande quantidade de homens negros", ou em alguns episódios mais marcantes - que, por suas características singulares, são registrados. É esse o caso dos dois corpos de lanceiros que participaram das tropas farroupilhas durante a Revolução, que entraram para a história mais por terem sido vítimas de uma ainda não bem esclarecida traição (na Batalha de Porongos), que fez com que fossem eliminados para não comprometerem as negociações de paz entre farrapos e o Império.
Negros
Os angolas, minas, congos e moçambiques
É difícil estabelecer de que região da África vieram os negros que aportaram, ao longo do século passado, no Rio Grande do Sul. Sabe-se que vieram do porto do Rio de Janeiro, mas não existem detalhes precisos quanto aos portos de origem da África, e menos ainda quanto às regiões em que foram capturados para serem levados para os portos de embarque.
Isto porque os africanos muitas vezes eram caputados a centenas de quilômetros do porto onde seriam embarcados para o cativeiro. E, geralmente, na chegada ao Rio - ou aos outros portos - registrava-se como origem o porto de embarque. Mas, de maneira bastante imprecisa, é possível falar em três regiões principais de origem, com especial destaque para uma delas.
A região que se destaca é a da costa angolana, que mantinha maior contato com o porto do Rio de Janeiro. Dali vieram os escravos de cultura banto e congo. Outra região que também foi fonte de abastecimento de escravos para o Brasil foi a de Moçambique e adjacências. Os africanos vindos dessa área eram denominados genericamente de moçambiques. Por último também vieram grupos de cultura sudanesa, na região da Costa do Ouro, entre os quais se destacavam os minas.
No Rio Grande os grupos de africanos aqui introduzidos recebiam geralmente a denominação de angolas, congos, minas e moçambiques. Isto, entretanto, não significa que fossem efetivamente dessas áreas.
COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL
O sul do Brasil, antiga Província de São Pedro, contou com a presença do negro desde o início de sua ocupação pelos portugueses, entre o fim do século XVII e início do XVIII.
O território dessa província foi incorporado tardiamente aos domínios de Portugal. O Tratado de Tordesilhas definia que a região pertencia à Coroa espanhola. No entanto, ela não foi ocupada de imediato pelos espanhóis. Segundo o historiador Mário Maestri: “O péssimo acesso, desde o mar, aos atuais territórios sulinos, e a dificuldade de incorporá-los à produção de mercadorias coloniais determinaram que essas regiões fossem descuradas pelas coroas ibéricas” (MAESTRI, 2005: 291).
O primeiro povoamento ali estabelecido foi promovido pelos espanhóis no início do século XVII que, temendo perder a região para Portugal, incentivaram a sua ocupação pelos índios Guarani e os jesuítas. Logo depois, esses primeiros povoadores recuaram por conta das expedições bandeirantes, interessadas em mão-de-obra nativa para escravizar.
Posteriormente, tendo em vista as dificuldades na definição das fronteiras entre Portugal e Espanha, a política lusitana foi a de progressivamente povoar a região como forma de garantir a posse do território em disputa, o que ocorreu a partir do início do século XVIII (BARCELLOS et al, 2004: 30).
A presença do negro
As diversas expedições que ocorreram no sul, antes mesmo da região ser definitivamente incorporada aos domínios da colônia portuguesa, foram acompanhadas por escravos, como as dos Campos de Viamão e do Estreito, no início do século XVIII. As estâncias e vilas formadas no período se mantiveram às custas do trabalho escravo, empregado nas principais atividades econômicas ali praticadas como as charqueadas, as olarias e, inclusive, a pecuária, com a criação de gado vacum.
A produção de charque foi, certamente, a atividade econômica sulina que mais se apoiou em mão-de-obra escrava. No final do século XVIII, diversas pessoas, vindas da colônia de Sacramento e outras regiões, povoaram o arroio Pelotas que, logo depois, tornou-se o principal pólo charqueador no Sul. A produção de charque exigia um trabalho pesado e prolongado, chegando a jornadas de 16 horas por dia, e exigia que se empregasse uma quantidade expressiva de cativos. Para se ter uma idéia, o número de escravos em cada charqueada variava de 60 a 150 (RUBERT, 2005; MAESTRI, 2000).
No que diz respeito à população cativa sulina, levantamento realizado em 1780 indicava que ela representava 28% da população total da capitania. Já em 1814, os cativos de origem africana constituíam 31% da população (MAESTRI, 2005: 295). Entre os anos de 1874 e 1884, o Rio Grande do Sul era a sexta província com maior número absoluto de escravos (RUBERT, 2005: 34).
Esses dados podem ser considerados expressivos no que diz respeito à escravidão no Rio Grande do Sul, embora não se equiparem à concentração massiva de cativos existentes na região Nordeste do país e em Minas Gerais no período colonial. Mas o fato de o Sul ter abrigado menos escravos em relação àquelas regiões não quer dizer que a escravidão em terras gaúchas tenha sido pouco relevante, nem justifica o esquecimento da história das diversas comunidades quilombolas ali formadas.
Os Quilombos
Os quilombos do Sul do país eram, em geral, constituídos por pequenos agrupamentos de escravos fugidos. Essa característica explica-se em parte pelo fato de os cativos do Sul terem fácil acesso a países vizinhos para onde fugiam. Além disso, a falta de acidentes geográficos na região dos pampas que pudessem esconder os fugitivos dificultava a formação de grandes aglomerados humanos (MAESTRI, 2005). Em geral, tais quilombos possuíam entre 10 e 30 integrantes, composto em sua maioria por homens.
As principais regiões econômicas e geográficas do Sul do país assentadas no braço feitorizado contavam com a presença de quilombos em seus arredores, como o litoral. O continente, a oeste das grandes lagoas existentes no estado, e a Serra (apesar da colonização tardia) também foram abrigo de diversas manifestações de resistência negra (MAESTRI, 2005: 323).
Outra singularidade dos quilombos sulinos diz respeito à sua localização. Existia uma grande quantidade de quilombos vivendo muito próximos aos centros urbanos, especialmente nas regiões de Porto Alegre, Rio Pardo e Rio Grande. Eram constituídos por cativos urbanos, acostumados ou conquistados pela vida citadina. A vida rural lhes seria desconhecida ou pouco atraente (MAESTRI, 2005: 298-9). Esse foi o caso dos quilombos de Negro Lucas e de Manoel Padeiro.
As principais aglomerações urbanas da Colônia e do Império possuíam grandes concentrações de trabalhadores escravizados. Escravos em fuga faziam-se passar por libertos ou negros livres ou permaneciam nas imediações das aglomerações, onde fundavam pequenos quilombos.
O Rio Grande do Sul também abrigou quilombos rurais cujos integrantes, em geral, garantiam o seu sustento por meio da caça, da coleta, da pesca e da pequena agricultura. Em alguns casos, eles também obtinham outros produtos como sal, pólvora, fumo e chumbo, por meio da troca ou da rapinagem. Foi o caso do quilombo de Preta Vitória, em Rio Pardo. Esses quilombos eram geralmente mais estáveis do que as formações urbanas, pois tinham mais facilidade de passar despercebidos pelos capitães-do-mato, responsáveis por destruir tais agrupamentos (MAESTRI, 2005: 324).
Os quilombolas não viviam isolados de outros setores da sociedade da época. Alguns deles chegavam a prestar serviços clandestinos a senhores, que por sua vez não os denunciavam. Era comum que estes últimos acobertassem os negros fugidos quando necessário.
Nem todos os núcleos de resistência foram constituídos por escravos fugitivos. Em certos casos, o acesso à terra e à liberdade foi possível graças à doação de seus antigos senhores. Em outros, ex-escravos conquistaram suas terras por meio da compra em regiões pouco valorizadas. Também há casos de negros libertos que viviam coletivamente junto de outros escravos fugidos em determinado território.
A comunidade quilombola de São Miguel, existente até hoje, se constituiu graças à compra de terras por seus ancestrais em finais do século XIX. Já as terras da atual comunidade de Casca foram obtidas por meio de um testamento deixado pelos então senhores.
Comum a todos esses quilombos era a disposição para resistir à dominação da sociedade escravista. Escondidos no mato ou próximos da cidade, munidos de armas de fogo ou trabalhando para antigos senhores, várias foram as formas encontradas para se conquistar a liberdade.
AGRADEÇO A TODOS OS IRMÃOS DE ASÉ !!!
E PÉÇO DESCULPA SE DEICHEI DE CITAR ALGUNS DOS ICONES DE NÓSSAS NAÇÕES NO RIO GRANDE DO SUL, MÁS NÃO FOI POR DESCASO TENHÃO CERTEZA, PROCUREI SER O MAIS FIÉL POSSIVEL AS NÓSSAS TRADIÇÕES SEI QUE MUITOS IRMÃOS DESCONHECEM ALGUNS DOS FUNDAMENTOS E MESMO DA MANEIRA QUE ALGUMAS CASAS CONDUZEM SEUS ILÈS, MUITAS DAS VEZES SENDO ATÉ DO MESMO LADO (NAÇÃO) HÀ DIFERENÇAS E TODOS SABEMOS DISTO.
UM GRANDE E FORTE ABRAÇO E ASÉ.
KOLOFÉ OLORUN À TODOS.
BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBÁ OMÍ D' YEMANJÁ !!!
(PAI MAYKEL D' YEMANJÁ) ASÉ.
Axé, muito belo seu blog. Fiquei feliz que existe batuque em Campo Grande, não sabia.
ResponderExcluirAproveitando, gostaria de convidá-lo a ver uma matéria do Pai Erick de Obokun, nação Kambina, onde ele estuda a possibilidade de Kambina ser de origem yoruba/oyo, e não bantu, como se acredita.
O endereço é: http://www.olorun.com.br
Axé para todos,
Que o Pai Bará abra sempre os 7 cruzeiros, para nós com suas chaves.